“… De Lancre vê no mar a origem da vocação demoníaca de todo um povo: o sulco incerto dos navios, a confiança apenas nos astros, os segredos transmitidos, o afastamento das mulheres, a imagem dessa grande planície perturbada fazem com que o homem perca a fé em Deus bem como todas as ligações sólidas com a pátria; ele se entrega assim ao diabo e ao oceano de suas manhãs.”
Michel Foucault. “História da Loucura”. Perspectiva, 1972, pg.13
Arquivo mensal: agosto 2014
Mario de Andrade
“O corpo é, para os primitivos, uma espécie de primeira consciência, uma inteligência física de maravilhosa acuidade”.
Mário de Andrade. “Pequena história da música”. Martins, 1977, pg.17.
Jung II
“… se tudo explodir, abrindo-se um inferno indescritível de destruição, parece que ninguém será responsável por isso. É como se as coisas simplesmente acontecessem. E, no entanto, tudo é obra do homem.”
Carl G. Jung. “Psicologia da Religião Oriental e Ocidental”. Petrópolis: Vozes, 1980, pg. 47.
Jung
“… arquétipos, designação com a qual indico certas formas e imagens de natureza coletiva, que surgem por toda parte como elementos constitutivos dos mitos e ao mesmo tempo como produtos autóctones individuais de origem inconsciente. Os temas arquetípicos provêm, provavelmente, daquelas criações do espírito humano transmitidas não só por tradição e imigração como também por herança.”
Carl G. Jung. “Psicologia da Religião Oriental e Ocidental”. Petrópolis: Vozes, 1980, pg. 49 e 50.
Berlim 2014
Berlim, 3 a 10 de fevereiro de 2014.
Chegada. Centro da Europa me pareceu frio e deserto. Nas últimas semanas a temperatura havia atingido -14°C. Agora 3°C.
Baerwaldstrasse, 16A, CEP: 10961.
Grandes avenidas: perspectiva.
Projeto urbano muito bom garante espaço para o cidadão.
História Viva: belos parques, belos exemplares humanos.
Diminuta ideia de miséria na urbe.
Concerto da Sinfônica de Berlim: transe coletivo.
Um anjo anuncia a vitória. Protestos turcos no Portal de Brandenburger.
Apocalipse: marco dos judeus assassinados no passado. Boa lembrança: Rua Hannah Arendt.
Cerveja: bebida nacional.
Museus: Templo grego reconstruído; cidade de Mileto reconstruída; Babilônia reconstruída.
Museus onde é possível ver o homem dominando o céu, sobrevivendo à margem da criação de um deus.
Muro: separação do amor berlinense até 1989.
Trens, vagões, metro, trabalhadores, jovens, velhos e turistas. Cidade multicultural. As pessoas dominam a cidade. No ar a sonoridade agradável do alemão.
Ilha de museus: todo o esforço humano para estabelecer pontes com os deuses, marcos e destruição.
Respeito à autoridade. Autoridade introjetada, pois não aparenta imposição de regras. A funcionalidade da cidade depende dessa relação entre os cidadãos, onde as normas servem aos cidadãos.
Banquete na casa de Sabine Hueck.
25.000 soldados soviéticos morreram na tomada de Berlim na 2ª Guerra Mundial. Monumento soviético da Guerra Fria representando o feito está em pé , transbordando nacionalismo, gigantismo, obediência ao PCURSS.
De repente na bela Berlim, surge uma favela. O primeiro mundo e os seus miseráveis, notadamente viciados em drogas e imigrantes.
Delícias turcas por toda Berlim! Comida boa e barata.
Cafés. Muitos cafés. Espaços prazerosos, para espantar o frio, conversar, refletir e até acessar a internet.
A “Feira de Pulgas” ou “Mercado de Pulgas” é um espaço é um mercado ao ar livre onde se encontra de tudo. Chapéus, artefatos de guerra, agulhas, fios, roupas. Estrangeiros, berlinenses fuçando as barracas. Vendedor brasileiro no meio da multidão. Vendedora bósnia reclama da sisudez alemã. Mas a alegria é daqueles que viajam é claro.
Alegria e cervejas, litros de cerveja. Tradicional cervejaria de Munique em Berlim: música, estrangeiros, espaço enorme, lembrando as grandes churrascarias brasileiras.
Berlim maravilhosa! Será que só para os turistas?
Domingo de sol no inverno leva a população a ocupar as praças, ruas, avenidas.
Visita á palácio do século XVIII. Esplendor! . Um momento para a aristocracia alemã .
Muita comida! Berlim como São Paulo tem uma variada cozinha: sudanesa, italiana, vietnamita e muita comida turca, paquistanesa.
Lojas oferecem variados produtos com preços bem altos. O consumo é caro para todo o mundo.
17h15min voo para Munique. Adeus Berlim.
20h00min voo para São Paulo. Adeus Alemanha.
Bacanal Democrata
Bacanal Democrata, uma utopia possível?
O BD é simpático à democracia de Rousseau, mas não deixa de manter sua identidade com o epicurismo, com o hedonismo e é claro com as forças dionisíacas que resgata em cada olhar