“… , a história , segundo Foucault , passa por ser filosofia ( o que não é verdadeiro , nem falso); está, no entanto, muito longe da vocação empirista tradicionalmente atribuída à história.”
Jacques Le Goff . “História e Memória”. Campinas, Ed. UNICAMP, 1996 , pg. 105
Arquivo mensal: fevereiro 2017
Carlos Drummond de Andrade
O Amor Bate na Aorta
Cantiga de amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.
Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito.
O amor bate na porta
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que corre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender
Carlos Drummond de Andrade

Pensamento PiXação(Marcia Tiburi)
A revolta geral da sociedade contemporânea contra a pichação se ampara na hipótese de seu caráter violento.Usarei a expressão pixação,com X,para tentar tocar no X da questão.A estética da brancura ou do liso dos muros,hegemônica em uma sociedade que preserva o ideal da limpeza estética,dificulta outras leituras do fenômeno da pixação.O excessivo amor pela lisura dos muros,a sacralização que faz da pixação demônio,revela enquanto esconde uma estética da fachada.
Toda estética inclui uma ética,assim a da fachada.Fachada é aquilo que mostra uma habitação por fora;pode tanto dar sequência ao que há na interioridade,quanto ser dela desconexo.É da fachada que se basta por si mesmo à medida que lhe é próprio ser suficiente aos olhos.A estética da fachada que defende o muro branco é a mesma que sustenta a plastificação dos rostos,a ostentação dos luxos no “aparecimento geral” da cultura espetacular,no histérico “dar-se a ver” que produz efeitos catastróficos em uma…
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Antonio Gramsci
“… a Ciência é uma superestrutura, uma ideologia.”
Antonio Gramsci. “Concepção Dialética da História”. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1978, pg. 71.
Jean-Paul Sartre
“Mostrar a sua força para não precisar utilizá-la, o lema não era válido só para os militares, valia também para os colonizadores e até para os simples turistas. Não era necessário fazer grande exibição de poderio: bastava não se abandonar, manter-se ereto (…) . Aos olhos daqueles árabes estúpidos, sentia que representava a França.”
Jean-Paul Sartre. “Sursis”. São Paulo: Circulo do Livro, s/d, pg.47.
Libâneo
“… a educação, enquanto manifestação da prática social, cumpre uma função política: ou a de reproduzir a estrutura de classes e seu modelo e desenvolvimento, ou a de negá-la em favor de um modelo de desenvolvimento voltado para a emancipação humana; … que, portanto, ela é inseparável da totalidade do contexto social: que, finalmente, a importância política da educação está na sua função de socialização do conhecimento e, assim, na especificidade da ação pedagógica; ou seja, a contribuição da escola para democratização plena da sociedade está no cumprimento da função que lhe é própria: transmissão/assimilação ativa/ reavaliação crítica de conhecimentos (saber sistematizado).”
José Carlos Libâneo. “Didática e Prática histórico-social” in Revista da Associação Nacional de Educação 4(8):29, 1984.
José Carlos Libâneo
“O trabalho docente não se reduz à pura transmissão de conhecimentos, nem à crença na sua apropriação espontânea pelo aluno, nem à mera formação política. É um processo simultâneo de transmissão/assimilação ativa, onde o professor intervém trazendo um conhecimento sistematizado e onde o aluno é capaz de reelaborá-lo criticamente com os recursos que traz para a situação de aprendizagem. Processo esse cujo ponto de partida e ponto de chegada é a prática social;…”
José Carlos Libâneo. “Didática e Prática histórico-social” in Revista da Associação Nacional de Educação 4(8):27, 1984.
Bacantes | GRITO d carnaval pra dar um baile em Penteu
foto pedro henrique | ag image bank
IÓ!
Com a Cidade Frevendo
Celebrando o Fogo do Delírio dos Bailes de Rua em Ensaios de Blocos
y Escolas d Samba
o Teatro Oficina, depois de muitos anos,
encenará sua Ópera d Carnaval nos dias 25 y 26 y em todos os F.D.S
Mas, desde este FDS inicia sessões de Ensaios Gerais
foto jean manzon
IÓ! Bacantes! IÓ Sátiros d SamPã!
Venham pra TragyComediaOrgya,
o CarroNaval d Dionísios
já está ancorado no Bixiga,
na Pista da Rua Lina Bardi – Rua Jaceguay 520 T.O.
preparando-se pros Dois Bailes Insurrecionais d Carnaval
no Coração da Folia de Momo!
Caiam na folia desde já com os paramentos de Dionísios!
Coroa d Hera, Tyrso na mão, pele d viadinho, plumas y brilhos!
Fantasiem–se: pra gingar nas BACANAIS
Venham desde já apreender as Letras
Músicas y Danças no desenrolar do Enredo
No próximo fim de…
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Quentin Skinner
“… nossos valores devem nos motivar a escolher os assuntos que escolhemos estudar .”
Quentin Skinner . “Entrevista” in Folha de S. Paulo , 16/8/1998 , pg. 5-7