Mário de Andrade

“Mui provavelmente por influxo da quotidianidade musical profana que os menestréis davam às cortes e castelos, é que nobres, sem nada que fazer, principiaram inventando cantigas também (sec. XI a XIII). Estes foram os Trovadores (Troubadours, Trouvères) de França , e da Alemanha (Minesaenger), a cujo exemplo se formou o trovadorismo europeu, fixador de línguas, influenciador de música, primeiro reflexo étnico das nações na música do Cristianismo.”
Mário de Andrade. “Pequena História da Música”. São Paulo: Martins, 1977, pg. 61-62.

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Nina Rodrigues

“A Raça Negra, que havia argamassado com seu suor os alicerces econômicos da nossa civilização e independência, não só dominava então, pelo número, a Brancos e Índios, como já preparava, pela dissolução no mestiçamento, o predomínio que lhe havia de caber um dia na direção do futuro povo.”
Nina Rodrigues. “Os Africanos no Brasil”. São Paulo: CEN, 1935, pg. 33.

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Balada do Esplanada

Balada do Esplanada
Oswald de Andrade

Ontem à noite
Eu procurei
Ver se aprendia
Como é que se fazia
Uma balada
Antes de ir
Pro meu hotel.
É que este
Coração
Já se cansou
De viver só
E quer então
Morar contigo
No Esplanada.
Eu queria
Poder
Encher
Este papel
De versos lindos
É tão distinto
Ser menestrel
No futuro
As gerações
Que passariam
Diriam
É o hotel
É o hotel
Do menestrel
Pra me inspirar
Abro a janela
Como um jornal
Vou fazer
A balada
Do Esplanada
E ficar sendo
O menestrel
De meu hotel
Mas não há, poesia
Num hotel
Mesmo sendo
‘Splanada
Ou Grand-Hotel
Há poesia
Na dor
Na flor
No beija-flor
No elevador

Oferta

Quem sabe
Se algum dia
Traria
O elevador
Até aqui
O teu amor.

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Lula, culpado por ser um anão

Unanimidade em Varsóvia

Assunto da semana: O Julgamento de Lula.

Já aviso que nada entendo de direito e não tenho a mais puta ideia de quem era o dono do triplex.

Por outro lado, eu entendo tudo de Game of Thrones, a série. Lembro (spoiler alert) do episódio do Julgamento de Tyrion, o anão tarado. Quando o juiz pergunta se ele era culpado por determinado crime, o anão (que era inocente) responde:

_ “Eu me confesso culpado! Culpado por ser um anão! Sou culpado por ser uma criatura horrorosa que sempre trouxe vergonha a minha família!”

Foi o desabafo de uma vida.

Agora voltemos ao petista.

Eu não tenho ideia de quem seja o dono do triplex, mas tenho certeza de que para boa parte da população, Lula sempre foi culpado, muito antes da obra no Guarujá começar. Não por determinada acusação de corrupção. Como Tyrion, sua culpa é ser quem é.

Aposto…

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Marx.

“Assim, pois, acontecimentos notavelmente análogos, que, no entanto, ocorrem em meios históricos diferentes, conduzem a resultados totalmente distintos.
Estudando em separado cada uma dessas formas de evolução e comparando-as depois, pode-se encontrar facilmente a chave do fenômeno, porém nunca se chegará a isso mediante o passaporte universal de uma teoria histórico-filosófica geral, cuja suprema virtude consiste em ser supra-histórica”
Karl Marx. Citado por Jacob Gorender in ”O Escravismo colonial”. São Paulo, Ática, 1978, pg. 28

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“O Escravismo colonial”

“Da transformação das forças produtivas, por sua vez, se gera a descontinuidade da história, a substituição de relações de produção já incompatíveis com o caráter adquirido pelas forças produtivas por novas relações de produção, a sucessão dos modos de produção e das formações sociais”.
Jacob Gorender. ”O Escravismo colonial”. São Paulo, Ática, 1978, pg. 25.

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Jacob Gorender

“O modo de produção constitui uma totalidade orgânica e um processo reiterado de produção, distribuição, circulação e consumo de bens materiais, todas elas fases distintas e, ao mesmo tempo, interpenetradas no fluir de um processo único.”
Jacob Gorender. ”O Escravismo colonial”. São Paulo, Ática, 1978, pg. 23.

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Joseph Campbell

“… são numerosos os sinais de um intenso comércio indiano com Roma nos primeiros séculos da nossa era, com um fluxo de influências tanto culturais quanto comerciais em ambas as direções.”
Joseph Campbell. “As Máscaras de Deus”. São Paulo: Palas Athena, 2002, p. 257.

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Marina Di Giacomo Rocha

Quando Godot chegar
Tenho esperado Godot
Como Dali espera as horas passar
Vestida de azul Modigliani
Rezando preces de Drummond
Tenho esperado Godot
E ele custa chegar
Montado em um enorme elefante instável
Godot vem me buscar
Tirar-me do frio realismo de uma natureza morta
Levar-me a um mundo mais Kandinsky
Mergulhar em pêlos e cabelos de Tunga
Entre o asco e a alucinação
(Obrigada Beckett)
Tudo vai melhorar
Quando Godot chegar.

Marina Di Giacomo Rocha (2010

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