Arquivo mensal: abril 2018
Manuel Bandeira
Sapo-cururu
Sapo-cururu
Da beira do rio.
Oh que sapo gordo!
Oh que sapo feio!
Sapo-cururu
Da beira do rio.
Quando o sapo coaxa,
Povoléu tem frio.
Que sapo mais danado,
Ó maninha, ó maninha!
Sapo-cururu é o bicho
Pra comer de sobreposse.
Sapo-cururu
Da barriga inchada.
Vôte! Brinca com ele…
Sapo-cururu é senador da República.
Manuel Bandeira
O Lamento da Lavadeira
O Lamento da Lavadeira
Monsueto
(…)
Quintal, um quintalzinho assim
A corda, uma cordinha assim
O sol, um solzinho assim
A roupa, um montão assim
Para secar a roupa da minha sinhá
Para secar a roupa da minha sinhá
(…)
Mário de Andrade.
“Se fala no realismo de beleza física entre os gregos quando justamente eles deram pro corpo uma ordem, uma serenidade (na grande época) uma perfeição plástica extra-realista. Mas eminentemente despertadoras de sensações plásticas agradáveis, serenas e ordenadas. Da mesma forma a firmeza dura dos cânones egípcios dava sensações plásticas duma tal inalterabilidade que se pode abstrair isso e reconhecer nas obras deles a sensação de eternidade, da vida de além-túmulo que foi um dos elementos específicos da vida e pensamento egípcio. São dados sociais, eminentemente universais pois, e por isso reconhecidos por todos.”
Mário de Andrade. “Táxi e Crônicas do Diário Nacional”. São Paulo: Livraria Duas Cidades/SCCT, 1976, pg. 134
Alain Touraine
“…, depois de 11 de setembro, a imagem e o papel dos Estados Unidos mudaram. Além de serem os mestres da economia mundial, eles se tornaram uma potência guerreira engajada, pelo presidente Bush, numa ofensiva armada contra o terrorismo, palavra pela qual são designados todos aqueles que o presidente dos Estados Unidos considera como inimigos perigosos para o poder militar político de seu país.”
Alain Touraine. “Da dominação econômica à política guerreira” in Mais! (534): 3, 5/05/2002.
Oswald de Andrade
Balada do Esplanada
Oswald de Andrade
Ontem à noite
Eu procurei
Ver se aprendia
Como é que se fazia
Uma balada
Antes de ir
Pro meu hotel.
É que este
Coração
Já se cansou
De viver só
E quer então
Morar contigo
No Esplanada.
Eu queria
Poder
Encher
Este papel
De versos lindos
É tão distinto
Ser menestrel
No futuro
As gerações
Que passariam
Diriam
É o hotel
É o hotel
Do menestrel
Pra me inspirar
Abro a janela
Como um jornal
Vou fazer
A balada
Do Esplanada
E ficar sendo
O menestrel
De meu hotel
Mas não há, poesia
Num hotel
Mesmo sendo
‘Splanada
Ou Grand-Hotel
Há poesia
Na dor
Na flor
No beija-flor
No elevador
Oferta
Quem sabe
Se algum dia
Traria
O elevador
Até aqui
O teu amor.
Elio Gaspari
“General prestigiado pelo ‘dispositivo’ de Jango, que lhe dera o comando da Academia Militar das Agulhas Negras, Médici foi caso clássico de revolucionário de 1º de abril”
Elio Gaspari “A ditadura Envergonhada” São Paulo, Cia das Letras , 2002, pg. 172
Ahmed Ben Bella
“A revolução em meu país foi feita pelos camponeses, como, aliás, aconteceu no resto do mundo. São os camponeses que fazem a revolução, porque eles formam a parte mais sofrida da sociedade capitalista. Eles são os primeiros a sentir as injustiças do sistema econômico.”
Ahmed Ben Bella . Entrevista. in Caros Amigos . março 2001 , pg. 27
Amarga Sinfonia de Auschwitz – Um dos Filmes Mais Tocantes e Realistas sobre Sobrevivência e Perda de Dignidade em um Campo de Concentração
Nota: 10
Durante a Segunda Guerra Mundial, a judia francesa Fania Fenelon Goldstein, que é musicista e cantora de cabaré, é enviada pelos nazistas de Paris para o Campo de Concentração de Auschwitz. Os guardas tomam suas roupas e bagagem e cortam seu s cabelos bem curtinho.
Um dia, quando ela já está muito fraca devido a falta de alimentação adequada, ela escuta alguém perguntando se alguma presioneira saberia cantar a ópera de Giacomo Puccini “Madama Butterfly” e ela entra para o grupo de músicos que foram poupados de morrer nas câmaras de gás para entreterem os nazistas apresentando números musicais para eles.
Fania convence a maestra Alma Rose a convidar sua amiga Marianne, dizendo que ela seria uma talentosa cantora e ela também se junta ao grupo. Ao longo dos anos de tratamento abusivo, elas sobrevivem mas perdendo suas dignidades.
“Amarga Sinfonia de Auschwitz” é um dos filmes mais tocantes e realistas…
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jaderpaes8013 