Arquivo mensal: agosto 2018
Emiliano José
“Em março de 1919, menos de dois anos após a Revolução Russa que originou o primeiro estado socialista moderno – a URSS -, foi criada a Terceira Internacional comunista, o Komintern. A esperança dos comunistas russos – os bolcheviques, como eram chamados – era que surgissem muitos países socialistas em todo mundo. E para estes as decisões dos congressos da Terceira Internacional teriam força de lei. Havia, então, a expectativa de uma crise catastrófica do capitalismo e, portanto, da vitória da revolução em escala mundial.”
Emiliano José. “Carlos Marighella”. São Paulo: Sol & Chuva, 1997, pg. 138.
Hegel
“Os gregos,…, viam os seus deuses nos dos outros povos e facilmente assimilavam elementos estrangeiros. É que o deus da arte clássica possui uma individualidade espiritual e corporal que lhe não permite ser o único; é uma divindade particular e como tudo o que é particular, cerca-se de outras particulares e opõe-se a outras particularidades das quais provém e que mantêm o seu valor.”
Hegel. “Estética: a Arte Clássica e a Arte Romântica”. Lisboa: Guimarães Editores, 1972, pg. 79.
Adam Schaff.
“Mannheim considera que toda a ideologia é, por definição, ‘uma falsa consciência’, isto é, que dá uma imagem unilateral. Parcial e portanto deformada da realidade.”
Adam Schaff. “História e Verdade”. São Paulo: Martins Fontes, 1978, pg. 145.
Thrity Umrigar
“… cansada desse interminável ciclo de morte e nascimento, cansada de investir qualquer esperança na geração seguinte, cansada e com medo de descobrir mais seres humanos a quem amar, sabendo muito bem que cada pessoa que ela ama algum dia vai magoá-la, algum dia vai partir seu coração com suas mentiras, suas traições, suas falibilidades, sua pura humanidade.”
Thrity Umrigar. “A distância entre nós”. São Paulo: Mediafashion, 2017, pg.104.
Mia Couto
A CASA
Confesso:
Quando a olhei
eu apenas queria,
em sua boca,
a água onde começa a vida.
E fui num murmúrio:
preciso do teu fogo
para não morrer.
Ela, então,
sussurrou o convite:
vem a minha casa.
No caminho,
porém,
recusou meu braço,
esfriou o meu alento.
E corrigiu-me assim o intento:
não te quero corpo,
nem quero o fogo do leito,
nem o frio do adeus.
Suave murmurou:
levo-te,
homem,
a minha casa
para aprenderes a ser mulher.
Que nenhum outro fim
a casa tem.
Mia Couto
No livro Vagas e Lumes.
Joseph Campbell
“Mitologia jainista: … Sua função é psicológica; ela visa o deslocamento e dissolução da vontade de viver e o afastamento dos sentimentos de seus naturais interesses terrenos para além mesmo de todas as imagens religiosas usuais de esperança e medo – céus, infernos e tudo mais – em direção a uma meta absolutamente transcendente, absolutamente inconcebível, para a qual se devem voltar todos os esforços da vontade.”
Joseph Campbell. “As Máscaras de Deus”. São Paulo: Palas Athena, 2002, p. 188.
Joseph Campbell
“… era a Deusa (Uma Haimavati), e não as divindades masculinas aparentemente dominantes do panteão védico, a verdadeira conhecedora do sagrado poder central oculto do universo, pelo qual são obtidas todas as vitórias no drama interminável do processo do mundo. Pois ela própria era aquele mesmo poder. Ela é Brahman, a força vital do universo que habita secretamente todas as coisas.”
Joseph Campbell. “As Máscaras de Deus”. São Paulo: Palas Athena, 2002, p. 167.