“… a terra, propriedade de todo o povo, só deve ser possuída por aqueles que a cultivam por seus próprios braços.”
Mikhail Bakunin. “Federalismo, Socialismo e Antiteologismo”. São Paulo: Cortez, 1988, pg. 37.
Arquivo mensal: setembro 2018
80 Anos da IV Internacional
“A crise atual da civilização humana é a crise da direção do proletariado. Os operários avançados, reunidos no seio da IV Internacional mostram à sua classe o caminho para sair da crise. Propõem um programa baseado na experiência internacional da luta emancipadora do proletariado e de todos os oprimidos do mundo. Propõem uma bandeira sem mácula alguma.
Operários e operárias de todos os países, organizem-se sob a bandeira da IV Internacional!
É a bandeira de sua próxima vitória!”[1]
Os anos trinta do século XX, após a crise de 1929, foi uma época de grande turbulência na Europa em particular e no mundo como um todo. Na Alemanha, crescia cada vez mais o movimento nazi, enquanto na Itália, Mussolini já dominava já há uma década, os tambores rufavam para uma nova guerra, esta, pior do que aquele que havia acontecido entro 1914-18.
No Brasil, apesar de um setor da oligarquia…
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“Escritos sobre a História”.
“A Ciência sobre a qual, profanos, nos apoiávamos mesmo sem o saber, a ciência, esse refúgio e essa nova razão de viver do século XIX, transformou-se brutalmente, de um dia para outro, a fim de renascer para uma vida diferente, prestigiosa, mas instável, sempre em movimento, mas inacessível, e, sem dúvida, jamais teremos outra vez o tempo nem a possibilidade de reencetar com ela um diálogo conveniente.”
Fernand Braudel. “Escritos sobre a História”. São Paulo: Perspectiva, 1978, pg. 19.
Caetano Veloso
É Proibido Proibir
Caetano Veloso
(…)
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo:
É! — proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir…
(falado)
Caí no areal na hora adversa que Deus concede aos seus
para o intervalo em que esteja a alma imersa em sonhos
que são Deus.
Que importa o areal, a morte, a desventura, se com Deus
me guardei
É o que me sonhei, que eterno dura
É esse que regressarei.
Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças, livros, sim…
(…)
Bolsonaro é Ustra e Ustra é Bolsonaro
O candidato Jair Bolsonaro rendeu homenagem ao ex-coronel do exército Carlos Alberto Brilhante Ustra. Seus filhos, deputados, são vistos trajando camisetas com os dizeres Ustra Vive. Esse militar foi condenado pela justiça brasileira pela prática de tortura durante o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985).
Aos desavisados, Ustra foi responsável pelo estupro, espancamento e todo tipo de violência contra mulheres. Muitas mortes são creditadas diretamente à sua ação. Vítimas de Ustra relatam que ele tinha a prática de inserir ratos nas vaginas de mulheres. Também levava os filhos menores das presas políticas para assistirem as mesmas sendo torturadas, como revela o depoimento de Maria Amélia Teles, cujos filhos foram levados para vê-la enquanto ela e o marido eram torturados por agentes do Estado ditatorial.
Nessa campanha eleitoral tenho visto colegas defendendo a candidatura de Bolsonaro e assumindo seus discursos. Há, até mesmo, quem tenha dito que…
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Jânio de Freitas
“De cada vez que tropas militares ocupem as ruas, uma certeza pode ter: não foi a última, é apenas a preliminar de uma outra, etapa de um processo que é a alma e a espinha dorsal do subdesenvolvimento cultural. Processo que é a escalada da tragédia institucional brasileira, que ninguém pode imaginar quando se encerrará.”
Jânio de Freitas. “Mais uma etapa” in Folha de S. Paulo 13/12/1986, pg. 5-A
Um povo sem história não é gente, não pode ser gente, não tem como ser gente
NOTA DA ANPUH-DF, tal como publicada no portal da ANPUH-Brasil, em 02 de setembro de 2018.
UM POVO SEM HISTÓRIA NÃO É GENTE, NÃO PODE SER GENTE, NÃO TEM COMO SER GENTE
A frase dita pela analfabeta Maria, lavradora das margens do Rio Paraíba, resume o sentimento que toma conta dos membros da ANPUH-DF ao saber do incêndio que acometeu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, na noite do último domingo, 2 de setembro.
A cada dia que passa, o golpe avança e vence em diversos aspectos. Os historiadores estão destroçados no momento em que o Museu Nacional, órgão referência em pesquisa e acervo histórico, está sendo incendiado. Incendiado também está nosso ser, incendiada está também nossa profissão. Não basta o espetáculo diário de ridicularização e desconsideração com a profissão de historiador. A destruição simbólica da História se tornou material.
A tristeza que nos toma vem unida a…
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“O Brasil é um caso extremo?
“O Brasil é um caso extremo?
O Brasil é um animal diferente. É o país mais desigual do mundo, com exceção do Oriente Médio e, talvez, da África do Sul. Um ponto importante é que todos os governos brasileiros das últimas décadas têm responsabilidade por isso.
Em que sentido?
A história recente indica que houve uma escolha política pela desigualdade e dois fatores ilustram isso: a ausência de uma reforma agrária e um sistema que tributa mais os pobres. Para nós, estrangeiros, impressiona que alíquotas de impostos sobre herança sejam de 2% a 4%. Em outros países chega a 30%. A tributação de fortunas fica em torno de 5%. Enquanto isso, os mais pobres pagam ao menos 30% de sua renda via impostos indiretos sobre luz e alimentação.”
Marc Morgan Milá. Folha de S. Paulo, 24/09/2017, pg.5