Arquivo mensal: novembro 2019
Henri Pirenne
“… enganar-nos-íamos completamente se imaginássemos que a chegada dos Germanos teve como resultado substituir o comércio e a vida urbana por uma economia puramente agrícola e o estagnar geral da circulação. A pretensa repulsa dos bárbaros pelas cidades é uma fábula convencional desmentida pela realidade.”
Henri Pirenne. “As Cidades da Idade Média”. Sintra: Europa-América, 1977, pg.15.
José de Souza Martins.
“Não sendo profissão para lucrar, pois seus parâmetros são os da civilização contra a barbárie e não os do lucro, os professores deste País têm sido tratados, cada vez mais, como seres adjetivos da pátria lucrativa.”
José de Souza Martins. “Nota de Corte” in Estado de S. Paulo, 23/08/2015, pg. E3.
Oswald de Andrade
DOCUMENTAL
Oswald de Andrade
É o Oeste no sentido cinematográfico
Um pássaro caçoa do trem
Maior do que ele
A estação próxima chama-se Bom Sucesso
Floresta colinas cortes
E súbito a fazenda nos coqueiros
Um grupo de meninas entra no filme
Manoel de Barros: O Fotógrafo .
Manoel de Barros: O Fotógrafo .
Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada, a minha aldeia
estava morta.
Não se via ou ouvia um barulho,
ninguém passava entre
as casas.
Eu estava saindo de uma
festa,.
Eram quase quatro da
manhã.
Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski – seu criador.
Fotografei a nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
Mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.
“Bergson e Jankélévitch”
,“Com efeito, é natural considerar que, naquilo que muda, algo permanece; que a passagem do tempo pode ser compreendida no início e no término de cada transformação; que o movimento é uma seqüência de pontos de parada virtuais situados entre o início e o fim da trajetória ; que o estado que sucede a outro estado na verdade a ele se justapõe; etc.”
Franklin Leopoldo e Silva . “Bergson e Jankélévitch”. In Rev.de Est. Avançados 10(28):336, set./dez 1996 .
Letícia Bicalho Canêdo
“No século XIX, ‘os burgueses conquistadores’, como os denominou o historiador Charles Morazé, senhores do capital, da ciência e da tecnologia, saíram pelo mundo e se apropriaram direta e indiretamente das terras e mares do globo terrestre.”
Letícia Bicalho Canêdo.“A descolonização da Ásia e da África”. São Paulo, Atual, 1994, pg. 10.
“A Utopia”
“… onde existe a propriedade privada, onde o dinheiro é a medida de todas as coisas, não poderá reinar a prosperidade e a justiça social; a menos que se chame de justo o estado social em que o que há de melhor pertence aos piores, e de próspero o país em que tem um punhado de indivíduos reparte entre si todos os bens, gozando o maior conforto, enquanto o resto dos homens vive em profunda miséria.”
Thomas Morus.“A Utopia”. Brasília, UnB, 1992, pgs. 30 e 31