- Revolta de WoundedKnee – Membros armados do Movimento Indígena americano ocuparam a reserva de WoundedKnee, no estado de Dakota do Sul.
“Eu não estava disposto a viver mais um dia sequer numa sociedade que destrói a cultura e espiritualidade de nosso povo”. Assim o iakota-sioux Dennis Banks, cofundador do Movimento Indígena Norte-Americano (AIM), descreveu a situação dos nativos dos Estados Unidos no começo dos anos 1970. Ele e muitos outros não queriam aceitar passivamente a destruição de sua cultura e identidade, o novo ataque de multinacionais à procura de recursos naturais, e a condenação oficial a receptores de lixo tóxico e radiativo.
WoundedKnee é uma pequena localidade na reserva de Pine Ridge, em Dakota do Sul. Os sinais de uma nova consciência indígena já haviam se tornado evidentes em 1972, quando ativistas de todo o país realizaram um protesto diante da sede do Escritório de Assuntos Indígenas, em Washington, reivindicando o respeito a direitos garantidos por antigos acordos.
Pine Ridge era a mais pobre reserva de Dakota do Sul, e passava por um conflito tribal entre “tradicionalistas” (de sangue puro) e “progressistas” (mestiços). Os tradicionalistas eram ligados ao AIM. Os progressistas apoiavam o governo, conheciam os meandros da burocracia estatal e embolsavam os recursos destinados à reserva.
A presença do AIM em Pine Ridge serviu de pretexto para o FBI instalar um mestiço alcaguete, o oglala-sioux Richard Wilson, no cargo de presidente do conselho tribal. Segundo o ex-procurador substituto de Dakota do Sul Ramon Roubideaux, o principal motivo da revolta, porém, foi a proibição de reuniões públicas, decretada pelos conselhos tribais e imposta com auxílio da polícia, após a fundação do AIM.
Em janeiro de 1973, quando um homem branco matou um índio e foi acusado apenas de homicídio culposo, e não doloso, ocorreram os primeiros tumultos que, na noite de 27 de fevereiro, desembocaram na ocupação de WoundedKnee.