Argonauta

Argonauta

Frederico Di Giacomo Rocha

Cana, cana, cana, cana

Céu azul e nuvens brancas

Um zé doidim, uma cigana;

simplicidade que o progresso esgana.

Cana, cana, cana, cana

Céu azul e nuvens brancas

fantástico realismo da terra seca

Flutua pela cidade plana

***

Hoje, acordei desesperado

Precisando de Penápolis no sangue

Hoje, acordei angustiado

Ansiando pelo azulhorizonte.

Na Rondon, destemidos postes

eletrificam o verdemar.

O marrom raro dos cupinzeiros

beatifica naivés crianças.

Cana, cana, cana, cana

Céu azul e nuvens brancas,

Fundada sobre Coroados e colonos,

Argonautas deste seco oceano.

O calor, o caipira e a cana,

Muita saúva e pouca saúde

Os males do sertão são.

Aí, queria ter o sangue do poeta

De Granada e da revolução.

Minha bisa veio de España

Onde o sol também retorce as árvores

E agita o rojo sangre

Um matuto, um vira-lata,

A benzedeira e a pipa;

Este sangue, esta sede

Quanta cana, esta rede

(Vierde que te quiero vierde)

Cana, cana, cana, cana

Céu azul e nuvens brancas

Ayer abuelita en Montilla,

Hoy Penápolis; el sueño mañana.

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