“Que comemos até agora, no banquete do primeiro mundo? … Só nos põem no primeiro mundo como consumidores, de comida estragada. Grana, nunca.”
Arnaldo Jabor. “A Antropofagia não é uma lanchonete pós-tudo.” Folha de S. Paulo, 16/2/1992, pg. 5-10.
“Que comemos até agora, no banquete do primeiro mundo? … Só nos põem no primeiro mundo como consumidores, de comida estragada. Grana, nunca.”
Arnaldo Jabor. “A Antropofagia não é uma lanchonete pós-tudo.” Folha de S. Paulo, 16/2/1992, pg. 5-10.
8/1/1959: Em Cuba, Fidel Castro entra em Havana com suas tropas, consolidando o triunfo da revolução cubana.
“Mas, pasmem, há quem afirme que a miscigenação é um mal. São os chamados “identitários”. Segundo essa escola de pensamento, ou, para sermos exatos, segundo essa seita, boas são as sociedades nas quais cada grupo confere à sua identidade uma aura de quase santidade, tratando de se diferenciar e se distanciar de outros grupos. Cada um no seu quadrado. Claro, a ideia de identidade não deve ser banalizada. No limite, cada indivíduo tem a sua. Mas os “identitários” entendem que divisões étnicas não se devem mesclar. Abominam toda miscigenação entre elas. “Cada um no seu quadrado” significa conferir maior valor ao que nos separa do que ao que nos une. Por quê? Qual é o fundamento dessa tontice? Por que rejeitar a identidade nacional, vale dizer, a identidade de todo o País, que a duras penas conseguimos construir, não obstante a pobreza e as desigualdades que afligem mais da metade da população, a escassez de oportunidades e a ruindade de nosso sistema de ensino? Bem ou mal, com todas essas mazelas, constituímos uma identidade abrangente, como povo e como nação.”
Bolívar Lamounier
“… a uma recomendação do Padre Bartolomé de Las Casas, os ibéricos, assustados com a extinção dos índios e já acostumados a servir-se da mão-de-obra negra, começaram a importar escravos africanos, desde 1510, para a Hispaniola (Cuba) e, a partir de 1538, para o Brasil.”
Jacqueline Beaujeu-Garnier. “Geografia de População”. São Paulo: CEN, 1974, pg. 38-39.
LÍNGUA BRASILEIRA
Tom Zé
Quando me sorris,
Visigoda e celta,
Dama culta e bela,
Língua de Aviz…
Fado de punhais,
Inês e desventuras,
Lá onde costuras,
Multidão de ais.
Mel e amargura,
Fatias de medo,
Vinho muito azedo,
Tudo com fartura.
Cravos da paixão,
Com dores me serves,
Com riso me pedes
Vida e coração,
Vida e coração.
Babel das línguas em pleno cio,
Seduz a África, cede ao gentio,
Substantivos, verbos, alfaias de ouro,
Os seus olhares conquistam do mouro.
Mares-algarismos,
Onde um seu piloto
Rouba do ignoto
Almas e abismos.
Verbo das correntes
Com seu candeeiro
Todo marinheiro
Caça continentes.
E o gajeiro real,
Ao cantar matinas,
Acha três meninas
Sob um laranjal.
Última das filhas,
Ventre onde os mapas
Bordam suas cartas
Linhas Tordesilhas,
Linhas Tordesilhas.
Em nossas terras continentais
A cartomante abre o baralho,
Abismada vê, entre o sim e o não,
Nosso destino ou um samba-canção.